Pesquisadores do Museu Nacional, no Rio, estão investigando uma múmia de mais de dois mil anos trazida do Egito por Dom Pedro I.
“A gente saber o estado que ela está para ver se tem algum risco de conservação, se tem insetos. Tem toda a parte ligada aos estudos biológicos e médicos”, explicou Antonio Brancaglion, egiptólogo do Museu Nacional da UFRJ.
Um exame de tomografia vai ajudar a desvendar o mistério. A múmia estava há décadas guardada no acervo reserva do museu. Os pesquisadores sabem apenas que era uma criança.
“Ela foi comprada por dom Pedro I já aqui no Rio de Janeiro”, explica Antonio.
Pelas características, os pesquisadores acreditam que a múmia tenha entre 2.100 e 2.600 anos. Isso por causa da cor da bandagem. Um tomógrafo de alta definição, a tecnologia mais moderna disponível hoje no país, mostra em detalhes o que há dentro dela.
“O esqueleto está praticamente completo, com poucas modificações. Os ossos na posição anatômica e, com isso, a gente vai ter uma boa peça para estudo”, disse Sheila Mendonça de Souza, paleopatologista da Fiocruz.
“As mumificações procuravam preservar o coração, porque o coração precisava ser pesado na balança do juízo final”, explica Sheila.
Pela arcada dentária e os ossos, a paleopatologista acredita que a múmia seja de uma menina de 12 anos.
As imagens já serviram para o primeiro teste de impressão 3d, feito pela PUC-Rio e pelo Instituto Nacional de Tecnologia: uma réplica, em miniatura.
A próxima já deve ser em tamanho natural: um metro e 14 centímetros.
“Para os pesquisadores é incrível, é uma técnica não invasiva. Não precisa destruir o material para acessar a estrutura interna. Então se pode materializar fisicamente o que só se consegue ver no computador”, explica o pesquisador da PUC-Rio, Jorge Lopes.
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