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quinta-feira, 13 de junho de 2019

Descoberta uma despensa de Ramsés II no Delta do Nilo

Imagens de Ramsés II e Nefertari em Abu Simbel (jasonbennee / Getty Images / iStockphoto)

Uma missão arqueológica egípcia descobriu no Delta do Nilo duas câmaras com desenho de colmeia usadas como para preservar a colheita, bem como carne e peixe, durante o reinado do faraó Ramsés II.

Ao lado de um edifício residencial, que o ministério não deu detalhes, esses restos foram encontrados no local da fortaleza militar de Al Abqaín, localizada na cidade de Hosh Eissa na província de Beheira, norte do Egito, anunciou na segunda-feira o Ministério egípcio de Antiguidades em um comunicado.

Estas duas câmaras de armazenamento de alimentos são separados por um pátio murado e são guardados por dois estandes: uma reservada uma guarda responsável por proteger a colheita do faraó da dinastia XIX, e um para os guardas da fortaleza.

O lugar é projetado na forma de colméia, dividido em pequenas células onde todos os alimentos foram mantidos, assim como vasos, telhas ou amuletos de pedra gravadas com o olho de Hórus, um talismã que tinha fama poderes de cura e proteção.

De acordo com a declaração do chefe do Departamento de monumentos egípcios, Ayman Ashmawy, os armazéns estavam "completos" e ao redor de cada unidade apareciam restos de muros e paredes de barro. A nota também observa que durante as tarefas de restauração da nova descoberta também foram encontrados fornos de barro que serviam para torrar os grãos para limpar insetos e umidade antes de armazenar garantindo a sua conservação e evitando pragas.

A missão arqueológica já descobriu no mesmo local as muralhas externas da fortaleza, bem como as torres de vigia e um falso pátio de acesso que era usado para enganar qualquer um que quisesse invadir o prédio militar.

Fonte:
https://www.lavanguardia.com/cultura/20190610/462783136762/egipto-despensas-ramses-delta-nilo.html?fbclid=IwAR1TNXm1zDvlxKERR9Sm_qlZPbcTfYRrAx1PfPxEi_ETQGlk0Xmm-ECrZX0

Impressora 3D usa cinzas das peças do Museu Nacional para reconstruir acervo

Reportagem retirada na íntegra de: 


(FOTO: DIVULGAÇÃO)


De um lado, uma pilha de cinzas e entulhos produzidos pelo incêndio do Museu Nacional, no Rio de Janeiro, em setembro de 2018. Do outro, pesquisadores que há 20 anos vêm desenvolvendo um projeto de criação de réplicas tridimensionais em impressoras 3D. Envolvidos nos esforços de recuperação do acervo consumido pelo fogo, eles lançaram a ideia: por que não tentar reconstituir as peças perdidas com o material resultante do próprio incêndio? “Logo começamos os testes, até porque o material derivado da destruição era abundante”, conta o paleontólogo Sergio Kugland, diretor do museu entre 2003 e 2010 e integrante da força-tarefa para reerguer a instituição. Assim, centenas de itens — entre eles o crânio de Luzia, amuletos egípcios, um fóssil de crocodilo, vasos milenares e o caixão de uma múmia — estão sendo montados no tamanho original. O grupo multidisciplinar envolve pesquisadores do museu, da PUC-Rio e do Instituto Nacional de Tecnologia, além da cooperação de órgãos internacionais com experiência em tomografia e impressão 3D, atuando em áreas como paleontologia e medicina. A impressão é só a etapa final, já que boa parte das peças do museu já vinha sendo digitalizada nas últimas duas décadas — o que permitirá ao museu, literalmente, renascer das cinzas.

Um filme será gravado no Museu Egípcio de Turim

Uma cena do filme.

O filme "Berni e o jovem faraó", dirigido por Marco Chiarini, se passa no Museu Egípcio, que conta as aventuras e a amizade de dois jovens entre as antiguidades egípcias. O filme será exibido nos cinemas italianos de 20 a 22 de julho e será produzido pela 3ZERO2 e The Walt Disney Company Italia com o apoio da Film Commission Torino Piemonte. 

A história é de Ram (Jacopo Barzaghi), um menino de três mil anos, filho da poderosa dinastia do faraó Ramsés, que é catapultado para o caótico mundo contemporâneo. Um adolescente que foi educado para ser adorado e governado se considera tratado como "diferente". Berenice (Emily De Meyer) é uma jovem que vive em sua pele o desconforto tipicamente adolescente de sempre se sentir fora do lugar e que se encontra envolvida em uma profecia egípcia distante e misteriosa. Através de seu sangue, ele despertará uma múmia no museu egípcio e, juntos, os dois meninos viverão uma emocionante aventura cheia de elementos fantásticos e referências à história do antigo Egito.

Piero Crispino, produtor de 3Zero2: «É um filme particular e único. Pela primeira vez, um filme de fantasia, um gênero que já é uma exceção para o cinema italiano, conta uma história ambientada no belo Museu Egípcio de Turim ». 

Fonte:
https://www.lastampa.it/2019/06/10/cronaca/walt-disney-sbarca-al-museo-egizio-per-le-riprese-di-un-film-V9yt7E7zts9uZ8dPiSCBmO/pagina.html?fbclid=IwAR17p-Lr2sBACpynwdcuy6p1yWhUlqmCEzQ3HQlAau5H2N8UXeGaZwQzeXU

Já gostei desse filme! Tomara que chegue ao Brasil!!!

Cerveja atual feita com fermento de 5.000 anos do antigo Egito

Se você acha que a cerveja de um bar local está um pouco rançosa, pense nos pesquisadores que prepararam uma cerveja com levedura estimada em 5.000 anos de idade.

O fermento foi arrancado da cerâmica usada para produzir cerveja nos tempos antigos, extraída dos nanoporos da argila e convertida em bebida alcoólica com a ajuda de microbiologistas, arqueólogos e especialistas em vinícolas. O resultado final é ostensivamente cerveja que teria sido semelhante àqueles bêbados na época dos faraós.

A equipe acredita que é a primeira vez que a levedura antiga original foi preservada e desenvolvida para fabricar cerveja nova - neste caso, uma fermentação de 6% semelhante a uma cerveja de trigo, e um hidromel de 14%. Anteriormente, uma cepa geneticamente modificada de trigo com 10.000 anos de idade também era usada para fabricar cerveja.

"Este fermento antigo nos permitiu criar cerveja que nos permite conhecer o sabor da antiga cerveja filistéia e egípcia. A propósito, a cerveja não é ruim", disse um dos microbiologistas Ronen Hazan, da Universidade Hebraica de Jerusalém, em Israel.

Um dos potes de que a cerveja foi produzida. (Yaniv Berman / Autoridade de Antiguidades de Israel)

É claro que 5.000 anos é muito tempo para a levedura sobreviver em um nanopore - a equipe esclarece que esses são os descendentes diretos da levedura encontrada no vaso, fazendo com que a levedura tenha 5 mil anos de idade.

Para garantir que eles não os confundissem com qualquer levedura no ambiente, os pesquisadores também testaram outros 27 vasos que não eram usados ​​para álcool e 53 outras amostras ao redor do local da escavação, e não encontraram o fermento nanoporo específico em nenhum lugar. 

A cerveja era imensamente importante e regularmente absorvida em culturas antigas - bebidas alcoólicas como cerveja e vinho eram consideradas mais seguras para beber do que a água por causa do processo de fermentação, e também estavam ligadas a práticas religiosas e curas de saúde.

Este fermento em particular veio de cerâmica escavada em quatro locais diferentes em Israel, com o mais antigo estimado em cerca de 3.000 a.C. Com base no sequenciamento de genes, a levedura parece similar àquelas usadas nas cervejas africanas tradicionais e à levedura de cerveja moderna.

"Eu me lembro disso quando tiramos a cerveja pela primeira vez e nos sentamos em volta da mesa e bebemos", disse à AFP um dos pesquisadores, o arqueólogo Aren Maeir, da Universidade Bar-Ilan, em Israel.

"E eu disse que ou seremos bons ou estaremos todos mortos em cinco minutos. Vivemos para contar a história."

Os pesquisadores provaram sua cerveja. (Yaniv Berman, Autoridade de Antiguidades de Israel)

Os pesquisadores chegaram a sugerir que poderiam tentar vendê-la um dia, se você quiser beber como os faraós. A bebida foi bem recebida pelos provadores do International Beer Judge Certification Program.

A bebida não tem o mesmo sabor que teria nos tempos antigos: apenas algumas das antigas cepas de levedura foram extraídas, e os ingredientes e técnicas modernos foram usados ​​para processá-la.

Além do burburinho de beber cerveja de 5.000 anos de idade, há uma descoberta científica mais profunda aqui: o estudo mostra que é possível isolar e analisar microorganismos (neste caso, levedura) de cerâmica antiga. Até agora, a análise de organismos mais antiga dependia de estudos de DNA.

Quando se trata de recriar o passado e entender como nossos antigos ancestrais viveram suas vidas - cerveja e tudo mais - isso é um desenvolvimento importante.

"Além do truque de beber cerveja desde a época do rei Faraó, essa pesquisa é extremamente importante para o campo da arqueologia experimental - um campo que busca reconstruir o passado", diz Hazan.

"Nossa pesquisa oferece novas ferramentas para examinar métodos antigos e nos permite provar os sabores do passado."

A pesquisa foi publicada em mBio.

Fonte:
https://www.sciencealert.com/yeast-from-a-5-000-year-old-pot-was-woken-up-and-used-to-brew-an-ancient-beer?fbclid=IwAR0L5YYIOXHzKZudzCvMHZ-_jIN8oMF7HMH1tYeVbyc6BihNOfvNImohgXY

Múmia egípcia de 2,5 mil anos é identificada no interior do RS

Múmia pode ser visitada na PUCRS — Foto: Édison Hüttner/PUCRS.


A cabeça de uma múmia que integra o acervo de um museu no interior do Rio Grande do Sul foi identificada como de uma mulher egípcia, que viveu há 2,5 mil anos. A múmia de Iret-Neferet estava no Centro Cultural 25 de Julho, em Cerro Largo, Noroeste do Rio Grande do Sul, há mais de 30 anos, sem que ninguém soubesse sua origem.

Segundo o professor Édison Hüttner, que participa do grupo de pesquisadores da PUCRS e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ) que estuda a peça, é a primeira descoberta de uma múmia egípcia no Brasil no século 21. Em 1995, estudiosos da área identificaram a múmia Tothmea, em Curitiba, que está resguardada no Museu Egípcio e Rosacruz.

Depois do incêndio no Museu Nacional, no Rio de Janeiro, são os dois únicos exemplares de múmias egípcias conhecidas no país, salienta o professor. A tragédia acabou destruindo seis múmias que haviam sido compradas pela família imperial.

"O Egito tem nas múmias suas raízes mais profundas", observa o professor, ressaltando a importância da descoberta.

Hüttner conta que encontrou a cabeça quando esteve no Centro Cultural, em 2017, em busca de materiais para outra pesquisa: a que identificou a imagem de São Nicolau, um dos mais antigos exemplos de arte missioneira do Rio Grande do Sul. "Também tem estátuas missioneiras no museu. Estando por ali, vi a cabeça e pensei que poderia ser uma múmia", lembra.

O pesquisador comenta que viu semelhanças entre a cabeça e outras múmias que ele havia visto no Museu do Louvre, em Paris, e no Museu do Vaticano. Ao iniciar a pesquisa, começou a levantar informações que possibilitaram a confirmação da origem.

O primeiro passo da pesquisa foi submeter a cabeça a uma tomografia, exame que já ajudou a identificar outras peças históricas no estado, no Instituto do Cérebro do Rio Grande do Sul. "Vimos ali um detalhe especial, que vendo ela de fora não era possível enxergar", diz o professor Hüttner, sobre a constatação de que foi colocado no crânio um olho artificial, como faziam os egípcios antes de embalsamar seus mortos.

A peça é composta por rocha e seda. "Ela fica iluminada, como se fosse vidro", diz. A descoberta deu origem ao nome da múmia: Iret-Neferet significa "olho bonito" em egípcio antigo. O professor comenta que evidências, como as faixas características das múmias egípcias e um buraco acima do nariz, usado para remover o cérebro, já demonstravam a origem da cabeça.

Análise dentária para estimar a idade

A múmia é de uma mulher de meia idade, com aproximadamente 40 anos, descoberta possível através da análise de um dente encontrado na cabeça, como explica o professor.

O dente foi removido e enviado a um laboratório nos Estados Unidos, que reconstituiu o que seria a arcada dentária da mulher egípcia, e calcular a idade aproximada dela. Iret-Neferet viveu entre o final do Período Intermediário III (1070-712) e o início do Período Tardio (712-332 a.C.) do Egito.

Conforme os resultados de um exame de radiocarbono, a múmia deve ter cerca de 2,5 mil anos.

Próximos passos

A pesquisa das origens de Iret-Neferet seguirá, conforme o professor Hüttner. Agora serão analisados fungos e bactérias encontrados na cabeça, para acrescentar mais dados à identidade dela.

Os pesquisadores também tentarão descobrir a linhagem da múmia, que o professor Hüttner suspeita que possa ter ligação com nobres egípcios. Na Alemanha, há pesquisa de sequenciamento do DNA para tentar chegar a esse resultado. Material deverá ser enviado para lá.

Presente de um egípcio

A cabeça que por anos ficou resguardada ao museu no interior do Rio Grande do Sul foi doada por um morador de Cerro Largo, entre o fim dos anos 1970 e o início dos 1980. Hüttner conta que Marcelino Kuntz entregou a peça pouco antes de morrer de câncer.

Ele, por sua vez, havia ganhado a cabeça de um amigo, que era egípcio, durante uma passagem pelo Rio de Janeiro, na década de 1950, conforme informações repassadas pelo museu. A identidade do egípcio não é conhecida, nem como ele conseguiu a múmia.

"Ele [Marcelino] era um intelectual, tinha conhecimento sobre vários assuntos. Ganhou [a cabeça] nos anos 50 e ficou com ela por todo esse tempo. Morou em São Luiz Gonzaga, Santa Rosa, outros municípios. A múmia sempre acompanhou ele", diz Hüttner.

Kuntz era amigo de Guido Henke, um dos membros do museu que trabalhou na criação do acervo. "Ele ofereceu a múmia, Guido fez uma reunião com a associação [do museu] que decidiu que a acolheriam. Ela estava em uma prateleira simples, dentro de uma caixa de vidro, com uma manta por cima", descreve o pesquisador.

A cabeça de Iret-Neferet pode ser vista na Biblioteca Central Irmão José Otão, no Campus Central da PUCRS, de 11 de junho a 28 de julho, gratuitamente. Além da múmia, estarão expostos objetos e símbolos utilizados nos rituais de mumificação egípcios, proveniente dos museus Egípcio e Rosacruz de Curitiba, no Paraná, e de Arqueologia Ciro Flamarion Cardoso, em Ponta Grossa, também no Paraná. A mostra contará ainda com imagens da história do Egito e banners com conteúdo produzido pelos pesquisadores.

Dimensões da múmia

Cabeça: 21 cm de altura, 19 cm de largura, 21 cm de comprimento, 1.726.47 kg.

Olho: altura: 2,5 cm de largura: 2,6 cm de comprimento, 7.34 gramas.

Fonte: