Relevo de Akhenaton e Nefertiti. Foto de Kenneth Garrett (abril de 2001).
Velérie Angenot, egiptóloga e historiadora da arte na Universidade de Quebec, em Montreal (UQAM) afirma que Tutancâmon terá chegado ao poder depois de as suas duas irmãs terem ocupado o trono juntas.
Já haviam suspeitas por parte de egiptólogos de que no século XIV a.C., uma rainha tinha precedido Tutancâmon. Alguns acreditavam que a rainha fosse Nefertiti, esposa de Akhenaton, autoproclamada faraó após a morte do seu marido, enquanto outros acreditavam que a rainha teria sido a princesa Meritaton, filha mais velha de Akhenaton.
O estudo conduzido foi baseado na ótica de que as duas filhas de Akhenaton tinham idade para assumir o trono enquanto Tutancâmon ainda era uma criança. Nessa teoria as duas irmãs assumiram o poder em conjunto.
Akhenaton tinha seis filhas, sendo sua filha mais velha, Meritaton, e que juntamente com Neferneferuaten Tasherit, teriam ambas assumido o poder juntas sob o nome comum de Ankhkheperure, conforme o jornal Daily Mail.
A historiadora também analisou uma figura exposta no Museu Egípcio de Berlim que representa duas personagens sentados num trono, um dos quais está a acariciar o queixo do outro. “Levantaram todo o tipo de hipóteses sobre o assunto: se representa Akhenaton com o seu pai, ou Akhenaton e Nefertiti”, explicou, “e eu percebi que este gesto de acariciar o queixo era típico das princesas, em 100% dos casos”.
A egiptóloga apresentou suas descobertas numa reunião de egiptólogos na Virgínia, nos EUA. Angenot acrescentou que esperava conseguir avançar no conhecimento sobre questões de sucessão no antigo Egito e no Período de Amarna, na era do reinado de Akhenaton, conhecido como o “rei herege”.
“Acho que podemos avançar a nossa compreensão sobre as questões de sucessão no Antigo Egito, mas acima de tudo, no nosso conhecimento sobre o período fascinante de Amarna, que viu o nascimento do primeiro monoteísmo”, concluiu Angenot.
O estudo de algumas peças do tesouro de Tutacâmon, descoberto em 1922 pelo arqueólogo britânico Howard Carter, revelaram que o faraó tinha usurpado a maior parte do material funerário da rainha Neferneferuaten Ankhkheperure.
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