Foram encontradas 35 múmias no poço funerário - MOHAMED ABD EL GHANY / REUTERS
CAIRO — Uma descoberta no Egito pode ajudar os arqueólogos a compreenderem melhor os processos usados na antiguidade para a conservação dos mortos. Ao lado de um poço funerário, perto da necrópole de Sacará, no sul do Cairo, foi encontrada uma oficina de mumificação, que pode fornecer detalhes sobre as substâncias químicas dos óleos usados para preservar os corpos.
— O que essa descoberta vai acrescentar são duas coisas importantes: o tipo dos óleos usados na mumificação e sua composição química — afirmou Ramadan Badry Hussein, diretor da missão arqueológica que encontrou os dois locais. — Então nós poderemos identificar o tipo exato dos óleos usados.
O poço funerário tem mais de dois mil anos. Os pesquisadores acreditam que ele seja da Época Baixa do Antigo Egito, que durou da Dinastia Saite às conquistas Persas, entre 664 e 404 a.C., período encerrado por Alexandre, o Grande, e o posterior estabelecimento do reino Ptolemaico. O poço foi encontrado em abril, contendo 35 múmias e sarcófagos de pedra.
Jarros rotulados foram encontrados na oficina de mumificação - MOHAMED ABD EL GHANY / REUTERS
Também foram encontradas centenas de pequenas estátuas de pedra, além de jarros e vasos utilizados no processo de mumificação.
— Esta descoberta é muito importante pela sua extensão. Nós temos óleos e copos de medição, todos rotulados. Disso nós podemos encontrar a composição química dos óleos — afirmou Hussein, ao “Guardian”. — Estamos diante de uma mina de ouro de informações.
Já o artefato que mais impressionou os arqueólogos foi uma máscara de prata com detalhes dourados, a segunda do tipo já encontrada.
Máscara de prata, com detalhes em ouro, chamou a atenção dos arqueólogos - KHALED DESOUKI / AFP
— Este objeto é muito raro — afirmou o Ministro de Antiguidades, Khaled al-Anany, em entrevista à Reuters. — A máscara de prata folheada com ouro, nós temos apenas duas desse tipo, então é uma descoberta muito boa.
Nos últimos anos, o governo egípcio vem impulsionando as escavações arqueológicas numa tentativa de atrair mais turistas. O objetivo é melhorar a imagem do país no exterior, que ficou desgastada com a violência dos conflitos políticos de 2011.
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