Recentemente, um grupo de arqueólogos do Egito e do Japão iniciaram o “projeto monumental do século”, nas palavras de Mostafa Waziri, o líder da administração de antiguidades egípcias. Eles trabalham na restauração do revestimento externo de granito da Pirâmide de Miquerinos, no Egito.
Polêmicas
Em uma entrevista concedida à AFP, uma das principais egiptólogas do país, Monica Hanna, descreveu o projeto como “absurdo”. “Agora só falta cobrir a Pirâmide de Miquerinos com azulejos!”, ironizou Hanna.
A especialista também se pronunciou em seu Facebook, ao afirmar que “todos os princípios internacionais para renovação proíbem tais intervenções”, e argumentou que não existem indícios de que os blocos de granito tenham sido posicionados sobre a pirâmide. “Portanto, qualquer tentativa de revestir os blocos ao redor da pirâmide é uma interferência flagrante no trabalho original dos construtores.”, concluiu a especialista.
Um dos motivos que levou à restauração do monumento é a importância do turismo para o Egito, conhecido mundialmente como 'país das pirâmides'. Segundo um levantamento do Banco Mundial, 13 milhões de turistas visitaram o país em 2019, que emprega 1 em cada dez egípcios.
Alguns críticos também argumentam que a restauração da Pirâmide de Miquerinos é realizada em um momento desfavorável para o país, que passa por uma recessão econômica. De acordo com informações do portal de notícias egípcio National, o Egito enfrenta o desafio de reembolsar US$ 32 bilhões (R$ 157 bilhões) em empréstimos estrangeiros.
A dívida, vale mencionar, é agravada pela elevação da inflação e pela queda no comércio no Canal de Suez, uma das principais fontes de receitas para o governo egípcio. Apesar disso, o líder do projeto, Waziri, rebateu as críticas em uma entrevista, onde ressaltou que a primeira fase do projeto será financiada pelo Japão.
Fonte:
Texto com partes retiradas na íntegra de https://aventurasnahistoria.uol.com.br/noticias/historia-hoje/egito-entenda-polemica-sobre-restauracao-da-piramide-de-miquerinos.phtml
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