Muitos de vocês que gostam do Antigo Egito, com certeza já passaram
pelo Blog AntigoEgito.org, assim como eu. E o autor, o Lucas Ferreira, já
conquistou mais de 12.000 curtidas em sua página no Facebook, referente ao
blog. Por isso, achei interessante trazer esse bate-papo com o Lucas, para vocês
conhecerem um pouquinho mais das suas experiências em relação ao Antigo Egito.
Vamos lá?
Egito – fascínio de uma
civilização: Lucas, conta um pouquinho de como começou o seu interesse pelo
Antigo Egito. Se algum fato marcou o início, se alguém da família o
influenciou... e se você tem idéia da idade que foi.
Lucas: Meu interesse pelo antigo Egito iniciou aos cinco anos de idade quando
visitei um museu itinerante em um shopping da minha cidade natal. Lembro até
hoje de me deparar com um busto de uma mulher egípcia e ter a sensação de já
conhecer aquele universo ali presente. O interessante é que muitas pessoas
começaram a nutrir um amor pelo Egito de forma semelhante.
Egito – fascínio de uma civilização:
Nós sabemos que você já viajou para o Egito (confira a narrativa do Lucas
AQUI).
Do que você viu por lá, realmente o Egito de perto é tudo isso que um
egiptomaníaco espera, ou a sua expectativa se frustrou em algum momento?
Lucas: Vai muito além de qualquer expectativa! É como mergulhar em um livro
de história 3D! Eu fiquei 1 mês no Egito, indo de Alexandria até Abu Simbel. De
tudo que visitei, a grande Pirâmide foi algo inexplicável. Eu visitei ela 3
vezes, sendo que a última, fiquei por uma tarde inteira admirando sua beleza sem
conseguir descrever a sensação que tomava conta de mim. Foi uma viagem
inesquecível. No relato que fiz, inicio-o dizendo que eu “voltei para a casa”.
Egito – fascínio de uma
civilização: Você encontrou dificuldades em estudar o Antigo Egito no Brasil? E
você teve alguma experiência sobre como os egípcios vêem o pessoal de fora que
estuda a história deles?
Lucas: Muitas. Mas sinceramente, eu nunca foquei nas dificuldades. Sempre
busquei alternativas para meus objetivos. De modo geral, os egípcios estão
acostumados com os estrangeiros, então levam isso numa boa.
Egito – fascínio de uma
civilização: Agora sobre uma questão polêmica, você acha que as peças egípcias
que estão nos museus de outros países deveriam voltar ao Egito?
Lucas: A questão é bem polêmica. Talvez seja necessário um artigo inteiro
falando sobre ela, mas vou tentar resumir. Não acho que os artefatos deveriam
voltar ao Egito (salvo raras exceções). A grande maioria dos artefatos exibidos
nos museus saiu do Egito em um período que isso era permitido, seja na forma de
leis, ou na inexistência delas. Eu escrevi um artigo sobre as leis de proteção
das heranças faraônicas: http://antigoegito.org/artigo-antiguidades-egipcias-o-comercio-e-as-leis-de-protecao-das-herancas-faraonicas/.Os artefatos espalhados pelo mundo são uma
vitrine que leva as pessoas a conhecerem a civilização e por consequência, visitar
o Egito. Eles são as maiores publicidades que o Egito possui. Outro ponto
importante ressaltar é que o Egito não se mostra seguro em manter a salvo seu
patrimônio.
Egito – fascínio de uma
civilização: E de tudo o que você leu e estudou até hoje, acha que ainda é
possível achar a múmia de Nefertiti (assunto em alta no momento – confira
AQUI)
e de Cleópatra?
Lucas: É possível! Fico na torcida para que isso aconteça. Sabemos que nem
30% foi descoberto ainda. Com o momento que o Egito vive, uma descoberta de
grande magnitude virá de encontro com a necessidade de aumentar o turismo.
Egito – fascínio de uma
civilização: E sobre a história bíblica do Êxodo, você acredita que teria
acontecido na época de Ramsés II, como acreditam alguns historiadores?
Lucas: A história antiga é repleta de lacunas. Acredito que com o avanço da
tecnologia e uma consciência honesta das civilizações na busca por respostas,
muitas questões serão sanadas em breve.
Egito – fascínio de uma
civilização: Claro, a pergunta que não poderia faltar: e qual o método ou
métodos que você mais aceita sobre a construção das pirâmides?
Lucas: Joseph Davidovits (1974) –
Pedras Sintéticas. O trabalho dele foi atualizado em 2006 por outra equipe que
comprovou que a Grande pirâmide contém pedras naturais e sintéticas. O estudo é pouco conhecido do grande público
e enfrentou uma grande resistência por parte dos defensores da teoria
tradicional.
Egito – fascínio de uma civilização:
Aqui no meu blog me dedico também a divulgar filmes, desenhos e seriados
relacionados ao Antigo Egito. Dentre os que você assistiu quais mais gostou ou
não e por quê?
Lucas: Seriado: BBC – Egito – Redescobrindo um mundo perdido (6 episódios).
Filme: A terra dos Faraós (1955) – Acredito que poucas pessoas
assistiram a esse filme.
Egito – fascínio de uma
civilização: Sobre os livros agora, quais você recomenda por terem feito você
viajar sem sair de casa para o Antigo Egito?
Lucas: Em busca do Egito Esquecido do Arqueólogo Jean Vercoutter.
Egyptian Mythology A to Z da Pat Remler (não conheço tradução para o
português).
Religião e Magia no antigo Egito da Rosalie David.
Egito – fascínio de uma
civilização: Se existisse uma máquina do tempo à sua disposição e você pudesse
viajar para três épocas do Antigo Egito, em ordem de prioridade, quais seriam? Completando
a pergunta, nós que gostamos tanto do Antigo Egito, sempre nos identificamos
mais com algum faraó, rainha, período, personalidade, construção. Quais seriam
essas para você?
Lucas: A máquina seria um DeLorean?! Haha.. 1º Voltaria para a 4ª dinastia.
2º Voltaria para a época dos nomos (antes da unificação). 3º Voltaria para o
período de Amarna.
Faraó: Ramsés II
Rainha: Nefertari
Período: Antigo Império
Personalidade: Champollion.
Construção: A Grande Pirâmide.
Egito – fascínio de uma
civilização: E dentre as personalidades que já não estão mais aqui, mas que ajudaram
nas descobertas do Antigo Egito (Howard Carter, Belzoni, Champollion, Omm Sety,
etc), quem você gostaria de ter conhecido?
Lucas: Todos. Em especial Champollion.
Egito – fascínio de uma
civilização: E dentre os egiptólogos atuais?
Lucas: Dra Sarah Parcak, Dr. Zahi Hawass..
Egito – fascínio de uma civilização:
Atualmente, como está a sua busca por continuar no exercício da egiptologia no
Brasil?
Lucas: Continuo elaborando projetos, criando artigos e formando novas
parcerias para o crescimento da Egiptologia no Brasil.
Egito – fascínio de uma
civilização: Por fim, Lucas, queremos saber, de acordo com a sua narrativa em
seu blog da viagem ao Egito: você experimentou ou não o pombo com arroz? Nem um
pedacinho (rsrs)?
Lucas: Hahaha! Impossível! Apesar de ser um prato muito apreciado no Cairo,
eu prefiro não conhecer seu sabor..hehe.
Egito – fascínio de uma
civilização: Lucas, obrigado por aceitar responder as perguntas ao meu blog,
nos enriquecendo com suas experiências e conhecimento. Sinta-se à vontade para
deixar uma mensagem aos egiptomaníacos que estão aqui de plantão.
Lucas: Eu que agradeço o convite. Aos Egiptomaníacos, continuem estudando e
acompanhando as novidades da egiptologia. Tenho certeza que 2016 será um ano
repleto de descobertas no Egito. Em Hotep.
Lucas Ferreira– Natural de
Criciúma – SC, Pós-Graduado em História pela UNIASSELVI –SC, com ênfase no
Antigo Egito. Escritor do Livro "
A
Lei do Sofrimento". Apaixonado pelo Antigo Egito e com planos de em
breve estar definitivamente morando/trabalhando no Egito.